Durante o segundo dia do Summit Agenda SP+Verde, evento pré-COP realizado no Parque Villa-Lobos, o Governo de São Paulo anunciou os vencedores do Prêmio SP Carbono Zero 2025. A premiação celebrou iniciativas que apontam caminhos reais para um futuro de baixo carbono — da restauração ecológica à eficiência energética, passando por educação ambiental e inovação tecnológica.
Entre os 154 projetos inscritos, representantes de empresas, ONGs e instituições públicas participaram de uma das cerimônias mais concorridas do encontro. Estiveram presentes Natália Resende (secretária estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), Fernando Padulla (secretário municipal de Educação) e José Renato Nalini (secretário executivo de Mudanças Climáticas da capital). A apresentação ficou a cargo da jornalista Glória Vanique.
A arte como símbolo da circularidade
Os troféus entregues aos vencedores foram desenhados pela artista Debora Muszkat e produzidos na comunidade de Paraisópolis, por meio de um processo de reaproveitamento de vidro que transformou resíduos em peças únicas. Cada troféu carregou o conceito de circularidade que guiou toda a premiação — reforçando o papel da arte na transição para um mundo mais sustentável.
Educação ambiental como motor de transformação
Durante a cerimônia, a secretária Natália Resende destacou a importância de aproximar o poder público das escolas e fortalecer a consciência ambiental desde a infância.
Ela também citou o Finaclima, fundo criado pelo Governo de São Paulo para financiar e acelerar ações climáticas em parceria com o setor privado.
“A sustentabilidade precisa ser vivida. Saber aproveitar até o lixo é uma forma de gerar emprego e desenvolvimento. Criamos o Finaclima para acelerar essa parceria. Aqui, todos são vencedores”, afirmou.
Os projetos vencedores
1º lugar — AARR Corredores de Vida (Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPE, AstraZeneca e Biofílica Ambipar Environment)
Iniciativa de reconstrução de áreas degradadas da Mata Atlântica, já com 15 milhões de árvores plantadas, conectando fragmentos florestais e fortalecendo comunidades locais.
2º lugar — Projeto “Nos Hospitais” (CPFL)
Programa de eficiência energética em unidades públicas de saúde, com redução de quase 7 toneladas de CO₂ graças ao uso de tecnologias mais limpas.
3º lugar — “Reimaginando o Futuro Sustentável” (Toyota do Brasil)
Projeto de economia circular que reaproveita cerca de 330 toneladas de resíduos por ano, transformando descartes em novos produtos e gerando renda — incluindo bolsas criadas para atletas das Paralimpíadas.
4º lugar — Barco-Escola 100% Elétrico (Instituto Meu Oceano)
Primeira embarcação educacional totalmente elétrica do país, envolvendo jovens em situação de vulnerabilidade e beneficiando mais de 30 mil estudantes por ano por meio da educação ambiental.
Além dos quatro premiados:
Motiva recebeu reconhecimento como maior doadora do Finaclima, destinando recursos à restauração de 100 hectares de áreas degradadas.
A Rumo Logística recebeu menção honrosa por seu apoio ao fundo.
Educação climática em destaque: Olho na COP30
A cerimônia também celebrou os vencedores do projeto Olho na COP30, da Prefeitura de São Paulo — uma iniciativa que mobilizou 90 escolas municipais do ensino fundamental para desenvolver ações e projetos sobre sustentabilidade e mudanças climáticas.
Ao todo, 18 estudantes foram homenageados.
Oficina: O Vidro Como Arte e Transformação
Dentro da programação do Summit Agenda SP+Verde, no dia 4 de novembro, foi realizada a oficina “Consciência Circular – O Vidro Como Arte e Transformação”, apresentada pela Solví no Hub da Circularidade.
Na atividade, participantes criaram obras autorais a partir de resíduos de vidro, explorando novas possibilidades estéticas para materiais descartados. A oficina convidou o público a uma reflexão prática sobre consumo consciente, circularidade e o potencial transformador presente na arte. A facilitação foi conduzida por Sueli Oliveira.
Sobre o Summit Agenda SP+Verde
O Summit é um evento internacional pré-COP promovido pelo Governo de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e USP, reunindo especialistas, lideranças e representantes da sociedade para discutir desenvolvimento sustentável e economia verde.
A estrutura montada no Parque Villa-Lobos inclui cinco palcos, área de inovação, rodada de negócios, Casa da Circularidade, espaço gastronômico e atrações culturais.
Os debates são organizados nos eixos: Finanças Verdes, Resiliência e Futuro das Cidades, Justiça Climática e Sociobiodiversidade e Transição Energética e Descarbonização.
A trilha de economia circular conecta todos os palcos e se estende à Casa da Economia Circular, com workshops e vivências sob curadoria do Movimento Circular.
Universidades e institutos tecnológicos discutem o papel da pesquisa na transformação climática, enquanto o palco principal recebe lideranças e convidados de destaque para debater o avanço da economia verde em escala global.