Desde os anos 1980, Debora Muszkat transforma resíduos em arte.
Sua principal matéria-prima é o vidro, que ela ressignifica com profundidade estética e compromisso ambiental. Suas obras provocam reflexões sobre consumo, descarte e os impactos ecológicos da ação humana.
Ao conectar criação artística, upcycling e economia circular, Debora propõe um novo olhar sobre o que é possível fazer com aquilo que foi deixado de lado.
Apesar de ser 100% reciclável e infinitamente reutilizável, o vidro é subvalorizado.
Leis que restringem seu uso contrastam com sua importância para a saúde, a conservação e o meio ambiente. Nas obras de Debora Muszkat, o vidro deixa de ser resíduo para se tornar manifesto visual e ecológico.
Cascata (2016), projeto desenvolvido por Debora Muszkat para o Global Village – Stichting White Cube (Holanda/Europa), utilizando 250 kg de cacos de vidro moldados em alta temperatura costuradas em tela de alumínio como suporte.
Obra com 4 m de altura, em uma fábrica de armas ocupada por artistas de todo o mundo.
Diferente da reciclagem tradicional, que reintegra os resíduos como matéria-prima no ciclo industrial, o upcycling agrega valor, memória e novos significados aos objetos. No ateliê de Debora:
Espelhos e vidros de reuso são submetidos a altas temperaturas.
O fogo, elemento imprevisível, se torna parceiro criativo.
O resultado são composições únicas, com texturas, formas e luzes próprias.
Debora Muszkat atua na confluência de diversos saberes. Os saberes da arte, os saberes do design, os saberes da economia criativa, os saberes da sustentabilidade e da geração de emprego e renda. Debora, nesse sentido é uma artista que exemplifica a ação contemporânea realizando através do vidro e das pesquisas do material uma obra intensa e profunda que atua em diversos setores, desfiles, exposições e em eventos dos mais diferentes possíveis que transcendem a inteligência e a capacidade criativa da artista. Compreender a ação de Debora é compreender a arte como instrumento poderoso de transformação social e transformação dos sentidos humanos.”
Curador e Crítico de Arte
Cada peça é um convite à contemplação: esculturas que dialogam com o meio ambiente, a memória dos materiais e a experiência sensível do espectador.